PIDE > Polícia Internacional e de Defesa do Estado
Foi uma força policial secreta durante a ditadura do Estado Novo.
Era responsável pela vigilância, interrogatório e perseguição a indivíduos ou grupos que se recusavam a aceitar o “lápis azul” da censura, ou que, não agissem de acordo com a matriz social e política do regime.
Os comunistas e sindicalistas eram alvos frequentes.
Muitas vezes, prendiam pessoas apenas em base na suspeição operando com brutalidade recorrendo a tortura e espancamento, e alguns casos, eram fatais.
(O Tarrafal, localizado na ilha de Santiago em Cabo Verde, ficou famoso por ser a prisão da PIDE para onde eram enviados e mantidos os presos políticos.)
MFA > Movimento das Forças Armadas
Foi o movimento militar responsável pela revolução de 25 de Abril de 1974 pondo termo à ditadura do Estado Novo.
COPCON > Comando Operacional do Continente
Foi uma força especial militar criada pelo General Spínola, que assumiu a presidência logo após a revolução. Teve o objectivo de fazer cumprir as novas condições criadas pelo 25 de Abril ficando Otelo Saraiva de Carvalho como comandante.
Acabou por adoptar processos de brutalidade semelhantes aos da PIDE contra aqueles que apresentavam reacções negativas ao 25 de Abril (reaccionários).
ELP / MDLP > Exército de Libertação de Portugal / Movimento Democrático de Libertação de Portugal
Movimentos criados por contra-revolucionários e em resposta às acções musculadas do COPCON executaram práticas terroristas com apedrejamentos, assaltos, incêndios e atentados à bomba com vítimas mortais.
(Diogo Pacheco de Amorim e José Miguel Júdice foram nomes ligados ao MDLP, mas nunca ninguém chegou a ser condenado por “falta de provas”.)
RAL1 > Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1
(Conhecido como o “rali” e a zona envolvente, “os ralis”.)
Após rumores de um novo golpe de Estado com o nome de código: “Matança da Páscoa”, apoiado pela União Soviética, com o objectivo de impor um modelo de comunismo Estalinista, o próprio Spínola, em desespero, tentou reverter o 25 de Abril.
Em 11 de Março de 1975, ordenou a uma força aérea de paraquedistas a tomada de um dos redutos administrativos do COPCON, o quartel da Encarnação (RAL1).
Sem sucesso, pois a agitação com aviões, helicópteros e paraquedistas, mesmo sem ninguém estar a perceber ao certo o que estava a acontecer, despertou a curiosidade da população e dos jornalistas que rapidamente se mobilizaram para o local. A operação acabou por perder força tendo até sido televisionado pela RTP o processo de negociação.
(O episódio ficou conhecido como a “intentona”.)
PREC > Processo Revolucionário em Curso
Designa, em sentido lato, o período de actividades revolucionárias após o 25 de Abril.
Teve o seu ápice no “Verão Quente” de 1975, a ferro e fogo com imensas incertezas políticas e radicalismos. Mas, movimentos militares e manifestações populares culminaram numa proclamação pela democracia partidária em 25 de Novembro.
(Após clarificação ideológica de 9 oficiais do MFA , “grupo dos nove”, declinando o modelo soviético, terá sido Mário Soares a negociar a democracia com o embaixador americano Frank Carlucci sob aval de Henry Kissinger. Em troca, entregando Angola ao domínio soviético porque para os americanos seria impensável ter uma outra Cuba na ponta ocidental da Europa.)
FP25 > Forças Populares do 25 de Abril
Foi uma organização terrorista nos anos 80 que aglutinou os revolucionários mais radicais do 25 de Abril. Praticou assaltos e assassinatos considerando que a “luta armada” foi necessária face à evolução sócio-económica capitalista implementada pelo sistema parlamentar partidário.
Essencialmente, foram os derrotados do 25 de Novembro considerando que a matriz socialista do 25 de Abril se estava a afastar da classe operária.
(Terá sido, supostamente, liderado por Otelo Saraiva de Carvalho, mas, para o regime, talvez, novamente supostamente, fosse demasiadamente constrangedor acusar um dos seus heróis de Abril. Mário Soares tratou de distribuir indultos e mais tarde houve a amnistia.)
FUP > Força de Unidade Popular
Partido político fundado em 1980 de matriz socialista radical. Percebeu-se que era o braço político das FP25 após a captura de alguns dos seus elementos (Operação Orion).
Um dos fundadores foi Otelo Saraiva de Carvalho que tinha o “Projecto Global” (uma espécie de polícia militar contra decisões parlamentares de direita).
Mesmo assim, Otelo sempre negou a sua ligação às FP25.
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