1. Já não pertence ao culto dos submundos minoritários, o chamado underground.
Tornou-se tão popular que até já foi anexado por mulheres e “betos”.
Sim, especialmente nos anos 80, era raro uma moça ou um jovem de camisa engomada, gostar da “cena”.
Foi o Use Your Illusion dos Guns N' Roses, juntamente com a onda grunge, que despertou nessas pessoas o interesse por sons mais intensos.
Testemunho,
Uma certa jovem em 1988:
- “Que horror, como consegues ouvir esses grupos aos gritos em que nem se percebe nada?!…
Dizem que até fazem rituais satânicos e sacrifícios em palco…”
A mesma jovem em 1992:
- “Emprestas-me Megadeth?...
Opá eu sei, mas aquele que canta é taaaaão giiiiiiiro...E tem lá umas músicas que até nem desgosto…”
2. Agora é “limpinho” e profissional.
Já não existe aquele som cru e manhoso, muitas vezes com ruído de fundo, mas que dava identidade e sobretudo, autenticidade.
Já não existe aquele som cru e manhoso, muitas vezes com ruído de fundo, mas que dava identidade e sobretudo, autenticidade.
Agora a produção musical é mais baseada em trabalho de computador do que em tocar instrumentos.
3. Os concertos eram movimentos de extravasamento onde fervia “estalada”, tipo aldeia do Asterix.
Coisa de doidos?
Sim, mas depois não.
Foi também anexado popularmente tornando-se moda e até uma operadora de telecomunicações fez estrondosas campanhas publicitárias apresentando o seu tarifário “mosh”.
Agora, é fotos/selfies e uma data de geeks concentradíssimos a policiar se a banda ao vivo toca mesmo de verdade como no álbum.
Geeks que vieram com rótulos:
Geeks que vieram com rótulos:
- “Isto não é heavy metal?”- “Não, é atmospheric gore e ultra technical speed com brutal melodic death…”
Os fãs foram-se subdividindo em sub estilos criando facções de adeptos rivais.
Os metaleiros agora geralmente odeiam-se entre si.
Os progressistas odeiam o hardcore e vice versa.
4. O conceito e culto do álbum praticamente já não existe e como já quase não se vende, e as bandas precisam de dinheiro, agora vêm cá quase todos os anos sem terem trabalhos novos para apresentar.
Deixou de haver aquela espectativa mitológica e até histérica de ver uma banda ao vivo.
Deixou de haver aquela espectativa mitológica e até histérica de ver uma banda ao vivo.
Adoptou-se mais frequentemente o modelo festival mas que para certos contextos é pouco aplicável e torna-se cansativo.
Também já não há dinheiro para grandes entradas em palco como outrora. A banda chega, diz “olá”, faz lá a “coisa” deles e, “obrrigado Portxugol”.
Por vezes, lá tiram uma foto com o público para promoverem as suas redes sociais.
5. As bandas tornaram-se “educadinhas” e politicamente correctas.
O rock era rebeldia, revolta e politicamente incorrecto. Agora, morrem de medo do “cancelamento”.
O rock era rebeldia, revolta e politicamente incorrecto. Agora, morrem de medo do “cancelamento”.
6. Finalmente, os “emos” e a sexualização do movimento.
Mas calma, nada de injustiças porque aquilo do “glam” nos anos 80, em que os Guns N' Roses estão incluídos, era teatro para “papar” miúdas.
Os “emos” foi um produto da conjuntura nu metal misturado com a subcultura gótica/goth (no meu tempo, vanguardas/vanguardistas) que podiam ter ligação ao heavy metal ou não. Mas que no seu imaginário havia um romantismo intenso e obscuro, tipo Drácula, que supostamente acabava em orgias.
Segundo a lenda, com ou sem sangue.
NOTA:
O metal não morreu e principalmente, “rock is not dead”. Mas que mudou, mudou!...
O metal não morreu e principalmente, “rock is not dead”. Mas que mudou, mudou!...
Para melhor? Talvez sim, talvez não. Cabe a cada geração testemunhar o seu tempo.
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